Atlético Mineiro foi o primeiro a lançar seu próprio fan token e a fechar contato com a Sorare para lançamento de cards dos seus jogadores em NFTs e já vê crescimento de receitas com ativos digitais.
Caio Prati Jobim
Atlético Mineiro lidera 'transformação digital' no futebol e lucra com fan token, NFTs e GaloAdsClube foi o primeiro a lançar seu próprio fan token e a fechar contato com a Sorare para lançamento de cards dos seus jogadores em NFTs e já vê crescimento de receitas com ativos digitais.
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O Atlético Mineiro não é apenas o líder disparado da atual edição do campeonato brasileiro. O clube também está na dianteira no que diz respeito à adoção de recursos da criptoeconomia para ampliar a geração de receitas do futebol. E já começa a colher resultados concretos também fora de campo.
Em agosto, o Atlético Mineiro tornou-se o primeiro time brasileiro a lançar o seu próprio fan token em uma parceria com a Socios.com, antecipando uma tendência que já estava disseminada entre gigantes do futebol europeu, como Paris Saint-Germain, Barcelona, Juventus, entre outros. Logo em seguida, por aqui, foi acompanhado por Corinthians, Flamengo, São Paulo... Essa lista continua e não deve parar por aí.
No lançamento, foram vendiddas 850 mil unidades do $GALO, gerando uma arrecadação de aproximadamente R$ 9 milhões, dos quais 50% foram destinados ao clube. O contrato de comercialização fechado com a Socios.com previa também o pagamento de um valor não divulgado a título de royalties e licenciamento de marca.
Em maio, o Atlético Mineiro jáhavia sido pioneiro ao fechar um contrato de licenciamento com a plataforma de fantasy game de futebol Sorare para a comercialização de NFTs (tokens não fungíveis) dos jogadores do seu elenco.
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Até agora, os cards do Atlético Mineiro já movimentaram aproximadamente R$ 3,2 milhões, de acordo com reportagem do portal g1. Os NFTs atleticanos mais valorizados até o momento foram os de Guilherme Arana, vendido por R$ 89.778 na cotação atual, e o de Diego Costa, arrematado em leilão por R$ 69.394. O clube recebe um percentual não divulgado sobre as transações a título de licenciamento.
Os números ainda são pequenos quando comparado a outras fontes de receita do clube, mas a tendência é que se tornem cada vez mais significativos, como afirmou Felipe Ribbe, responsável pelo departamento de inovação do Atlético Mineiro, à reportagem do g1:
“Até por uma questão de adaptação, ao longo dos próximos anos as fontes de receita tradicionais ainda serão as principais de clubes não só no Brasil, mas pelo mundo. Mas a tendência é essa balança ir melhorando. A gente costuma dizer que inovação é maratona, não 100 metros rasos. A gente fala dos NFTs. Estamos ganhando dinheiro? Sim. É relevante? Se comparar com patrocínio, direito de transmissão, não é relevante. Mas sou muito confiante de que em três ou cinco anos será uma fonte importantíssima de receita.”
GaloAdsOutra nova fonte de receitas que está sendo explorada pelo clube se baseia em publicidade digital direcionada aos fãs do Atlético Mineiro a partir de informações pessoais recolhidas pelo clube através do seu programa de sócios.
Batizado de GaloAds, o projeto é inspirado nos algoritmos que o Google e o Facebook utilizam para faturar com anúncios digitais direcionados. À medida que a plataforma vai ampliando suas informações sobre o público alvo, o clube proporciona a pequeno e microempreendedores que desejam associar suas marcas ao Atlético Mineiro um espaço publicitário “muito mais assertivo”, nas palavras de Ribbe.
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Atualmente, a base cadastral do Atlético Mineiro conta com 200 mil pessoas, um número considerado pequeno para as ambições do projeto. Ainda assim, o GaloAds já atraiu vinte clientes e rendeu R$ 1 milhão desde o lançamento há menos de dois meses atrás, afirmou Ribbe.
$GALOApesar da empolgação do próprio clube e também da torcida com este mergulho no universo digital, Ribbe faz um alerta sobre a importância de os torcedores e fãs compreenderem que fan tokens não devem ser encarados como investimento:
“Acabam chamando os fan tokens de criptomoeda, mas não são. Criptomoeda tem duas funções: pagamento e reserva de valor. O fan token é um utility, tem uma utilidade que no caso é participar dessas votações exclusivas e tudo mais. As pessoas não devem comprar o token do Atlético como um investimento. É um mercado muito volátil. Se fala de bitcoin e ethereum, já é volátil. O fan token é mais ainda. Então, da mesma forma que você pode ganhar muito dinheiro rápido, você pode perder dinheiro muito rápido. Agora, se você chegar e falar que tem gente que compra com fins de especulação, para lucrar, obviamente que tem. Mas eu e o Atlético-MG não recomendamos. O dinheiro é da pessoa, se quiser fazer, é direito dela, mas, se desvalorizar depois, também não pode reclamar. Isso sempre foi deixado muito claro.”
Hoje, o $GALO está cotado a R$ 13,02, um valor aproximado ao do preço do token quando ele estreou no mercado secundário, que era de R$ 14,25. Mas ele já chegou a estar cotado 40% abaixo do valor atual, de acordo com dados do CoinGecko.
Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, o CEO da plataforma Socios.com, através da qual o Atlético Mineiro lançou o seu fan token, revelou que os brasileiros têm maior pré-disosição à adoção de novas tecnologias do que a média da população global.
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